LER-DORT - SINTTEL-RS participou de diversas atividades sobre o tema

As LER/DORT (Lesão por Esforço Repetitivo/Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho) estão entre as doenças que mais atacam os trabalhadores, muitas vezes impedindo de fazer gestos simples, como segurar algum objeto. Prejudicam a saúde, a vida e a própria atuação profissional, mas nem sempre tem se dado a estas questões a devida importância. Muitas vezes com dor, o trabalhador ameniza com analgésicos e “toca a vida”.

Estudos apontam que as LER/DORT são as doenças que mais afetam os trabalhadores brasileiros. Entre os anos de 2007 e 2016, por exemplo, foram registrados 67.599 casos de LER/DORT (dados do Ministério da Saúde). Neste período, o total de registros cresceu 184%, passando de 3.212 casos, em 2007, para 9.122 em 2016. Tanto o volume quanto o aumento nos casos nesse período sinalizam alerta em relação à saúde dos trabalhadores.

O tema é tão importante, que ganhou um dia específico para chamar a atenção para o problema: 28 de fevereiro, Dia Mundial de Combate à LER/DORT. A data foi escolhida pela OIT para conscientizar a população sobre as doenças.

Para debater o impacto das LER/DORT na vida dos trabalhadores, o dirigente do SINTTEL-RS, Juan Sanches e a Assistente Social da entidade, Arleide Baseggio, participaram, de 3 a 5 de março, de atividades que debateram o tema.

MELHOR PREVENIR

Os dirigentes representaram o Sindicato, por exemplo, no “1º Seminário LER/DORT: Melhor prevenir”, realizado dia 5, no Auditório da Superintendência Regional de Administração, em Porto Alegre. A atividade foi organizada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) em parceria com a Fundacentro, em alusão ao Dia Mundial de Combate as Lesões por esforços repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (LER/DORT).

No encontro, a Educadora Maria Mucillo, tecnologita da Fundacentro, foi a responsável pelo painel “Aspectos sobre a prevenção da LER/DORT”. Ela falou sobre o surgimento da doença, seu processo histórico, e os estigmas que os homens e as mulheres sofrem no cotidiano. Esclareceu que em muitos casos, o problema não tem sinais visíveis, de modo que homens e mulheres adoecidos são hostilizados e vítimas de preconceitos, tratados muitas vezes como mentirosos e preguiçosos.

Em seguida, a fisioterapeuta do SESI/RS, Liliane Perosa, na palestra “As consequências e o tratamento da LER/DORT” se aprofundou principalmente nas medidas de prevenção e exemplos adotados junto as empresas atendidas, através de equipe multidisciplinar.

No último painel, que tratou do tema “Atualização NR-17: Desafios e Perspectivas”, o auditor fiscal do Trabalho, Mauro Muller, coordenador de algumas das principais alterações/ atualizações das NR’s que estão sendo “reformuladas”, apresentou as alterações e ponderações principalmente da NR 17, pois a mesma aborda especificamente a ergonomia nos locais e ambientes de trabalho. Para finalizar, foi disponibilizado espaço para manifestação e colocações dos participantes.

O QUE SÃO AS LER/DORT

A LER e o DORT são danos decorrentes da utilização excessiva do sistema que movimenta o esqueleto humano e da falta de tempo para recuperação. Caracterizam-se pela ocorrência de vários sintomas, de aparecimento quase sempre em estágio avançado, que ocorrem geralmente nos membros superiores, tais como dor, sensação de peso e fadiga. Algumas das principais, que acometem os trabalhadores, são as lesões no ombro e as inflamações em articulações e nos tecidos que cobrem os tendões.

Essas doenças são relacionadas ao trabalho e podem prejudicar a produtividade laboral, a participação na força de trabalho e o comprometimento financeiro e da posição alcançada pelo trabalhador. Além disso, elas são responsáveis pela maior parte dos afastamentos do trabalho e representam custos com pagamentos de indenizações, tratamentos e processos de reintegração à ocupação.

AÇÕES DE PREVENÇÃO

Para prevenir agravos como esses, o Ministério da Saúde recomenda aos empregadores atenção à Norma Regulamentadora 17, que estabelece parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Também, é importante que os empregadores promovam ações de educação em saúde aos trabalhadores em conjunto com os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) de cada região.

Segundo o diretor Juan Sanches, a participação do SINTTL-RS numa das atividades, a reunião do FSST,no dia 4 e no seminário, dia 5, geraram compromissos da entidade com o tema e uma agenda responsável das instituições participantes.

Assessoria de Comunicação

10/03/2020 14:41:51