Mulheres ganham 22% menos do que os homens no País, revela DIEESE

O Rio Grande do Sul está em segundo lugar entre os estados com a maior diferença salarial entre homens e mulheres, com elas ganhando cerca de 28% menos

Os dados do estudo “A inserção das mulheres no mercado de trabalho” feito pelo Dieese, e divulgado no último dia 3, revelam um quadro que avançou pouco e ainda é muito injusto e preocupante.  

Mesmo com maior escolaridade, as mulheres brasileiras (51,7% da população do País), ganham uma média de 22% menos, lideram as taxas de desemprego e passam mais tempo ocupadas com tarefas domésticas do que os homens. Em relação ao salário, na média nacional geral, enquanto elas ganham R$ 1.958,00 por mês, os homens chegam a R$ 2.495,00 para as mesmas funções. O salário mais baixo se reflete no valor das aposentadorias. As mulheres receberam no período analisado benefício 17% menor do que os dos homens.

As mulheres que têm ensino superior suportam uma diferença ainda maior, ganhando 38% menos que os homens, mesmo ocupando os mesmos cargos.

De acordo com o Dieese, as altas taxas de desemprego que vêm sendo registradas no Brasil desde o golpe de 2016 que destituiu a presidenta Dilma Rousseff, também atingem mais as mulheres (13,1%) do que os homens (10,2%).

O drama é maior ainda entre as que são responsáveis pelo domicílio (cerca de 40% das mulheres), que criam os filhos, pagam as contas e fazem todas as tarefas do lar. Neste grupo, 9,2% das chefes do lar estavam desempregadas no 4º trimestre de 2019, contra 5,1% dos homens.

A pesquisa do Dieese também constatou que a falta de creche é um grande problema para as mães que precisam trabalhar. Das mulheres com filhos em creches, 67% tinham trabalho remunerado. 

Já entre as que não conseguiram matricular os filhos em creches, somente 41% estavam trabalhando no 4º trimestre do ano passado.

O estudo mostra as desigualdades que ainda imperam entre homens e mulheres e atestam a importância da luta das mulheres para a superação das desigualdades e do preconceito.

Para o movimento sindical, o grande desafio é incluir na agenda das categorias, a busca por igualdade no mercado de trabalho, para romper com as diferenças de remuneração e garantir a autonomia econômica para as mulheres.

Veja gráfico do estudo do DIEESE

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Assessoria de Comunicação

05/03/2020 12:13:29