SINTTEL-RS presente em plenária da CUT-RS

Os dirigentes do SINTTEL-RS, Juan Avaly, Carla e Mariza participaram, no sábado (03), de forma virtual, da Plenária Estadual da CUT-RS. Entre os principais temas debatidos no encontro, esteve a importância das candidaturas de dirigentes sindicais para a eleição que ocorre em novembro deste ano para prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Essas candidaturas são importantes para fortalece a luta dentro do campo institucional e combater, nas Câmaras de Cereadores e nos executivos municipais, as políticas neoliberais de destruição dos direitos dos trabalhadores. Para os trabalhadores, este é mais um campo de atuação, tendo em vista que muitas das decisões que atingem diretamente diferentes categorias e a população em geral, passam por decisões nas instâncias políticas. A reforma trabalhista e da previdência, por exemplo, poderiam ter sido barradas se no Congresso tivessem mais deputados representante dos trabalhadores. Mas, infelizmente, as maiores bancadas na Câmara dos deputados e no Senado, são de empresários, de latifundiários e de banqueiros, que votaram de acordo com seus interesses.

O encontro contou com quase 300 participantes e foi aberto com as análises de conjuntura do senador Paulo Paim (PT-RS), da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) e do presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre.

Houve também uma homenagem póstuma aos trabalhadores que perderam as suas vidas durante a pandemia do coronavírus. Além disso, foram lembrados os profissionais da saúde que, mesmo sem testagem e arriscando as próprias vidas, não medem esforços para cuidar das pessoas e recuperar os infectados. Os trabalhadores da alimentação, da agricultura familiar e demais serviços essenciais foram igualmente lembrados.

REFORMA ADMINISTRATIVA

O senador Paulo Paim apontou os problemas que os trabalhadores estão enfrentando, como a falta de renda e a dificuldade de comprar produtos diante da alta dos alimentos, e criticou as políticas adotadas pelo governo Bolsonaro. “A valorização do salário mínimo gerava aumento de consumo e da arrecadação do Estado”, recordou.

Para o parlamentar, o governo precisa pensar na retomada do crescimento. “Há 13 milhões de brasileiros na extrema pobreza e muitos estão passando fome”, alertou. Ele defendeu a aprovação do projeto de 14º salário emergencial para aposentados e pensionistas do INSS, o que injetaria cerca de R$ 40 bilhões na economia e, também, defendeu a manutenção do auxílio emergencial em R$ 600.

O senador alertou, ainda, sobre a reforma administrativa. Para ele, esta reforma significa o desmonte do serviço público. “Somos contra e vamos lutar para que não seja aprovada”. Ele conclamou os dirigentes sindicais para que participem ativamente do processo das eleições municipais.

VAMPIRIZAÇÃO DO TRABALHO

A ex-presidenta Dilma Roussef falou sobre o neoliberalismo e criticou a lei do teto de gastos (aprovada no governo Temer), que ‘tira os pobres do orçamento’, como Lula gosta de dizer, a lei da terceirização e a reforma trabalhista.

Ela observou que “agora querem pejotizar o trabalhador, como se fosse empresário de si mesmo. Estamos caminhando para uma desproteção absoluta no mercado de trabalho”. Para a ex-presidenta, “está em andamento a quarta revolução industrial, com a introdução de uma tecnologia com alcance geral, afetando todos os setores. E com as plataformas de aplicativos, há uma vampirização do trabalho”, denunciou.

Ela avaliou o combate à pandemia e disse que “com a postura do Bolsonaro, a doença foi naturalizada”.

CAMPANHA EM DEFESA DO SERVIÇO PÚBLICO E DAS ESTATAIS

Para o presidente nacional da CUT, “há uma disputa no governo para tirar o Paulo Guedes e mudar o teto de gastos. Há um processo de fritura. De olho na reeleição, Bolsonaro está mirando o Nordeste e as periferias”.

‘Por isso, querem acabar com o Bolsa Família e criar um programa, a Renda Brasil ou a Renda Cidadã”, disse Sérgio Nobre. “Com o auxílio emergencial, eles perceberam a força da renda para a vida dos trabalhadores”.

O dirigente da CUT alertou que a implantação da “carteira verde e amarela poderá reduzir o pagamento do salário mínimo, na medida em que o trabalhador pode ser contratado por menor jornada de trabalho. Querem trazer de volta também a proposta de capitalização da previdência”.

Sérgio Nobre chamou a atenção de que Bolsonaro “quer buscar recursos e quebrar o teto de gastos”. Um dos caminhos, segundo ele, é com as privatizações. “Há várias subsidiárias que podem ser vendidas após a decisão favorável do STF”, lamentou. “Outro caminho é o aumento da tributação, com a volta da CPMF.”

“A batalha será travada no Congresso e é preciso disputar a opinião pública”, assinalou. “A CUT fará uma campanha em defesa do serviço público e das estatais. Vamos denunciar também a carteira verde e amarela, mostrando a retirada de direitos”, destacou.

Ele também falou sobre as eleições e disse que a classe trabalhadora está hoje sub representada no Congresso. “Em 2022, temos que chegar mais organizados para ampliar a bancada dos trabalhadores”, apontou.

DESAFIOS PARA AVANÇAR AS LUTAS DO SEGUNDO SEMESTRE

A secretária-geral da CUT-RS, Cleonice Back, apresentou o resultado das plenárias regionais e dos setores e coletivos que nos últimos 15 dias prepararam as discussões. Ela destacou os principais desafios para avançar as lutas do segundo semestre, apontando a realização de campanhas de sindicalização, a atualização da comunicação, o fortalecimento das regionais e a importância da negociação coletiva.

Cleonice enfatizou também a presença da CUT nos territórios, as campanhas de solidariedade, a mobilização pela testagem dos trabalhadores da saúde, a luta pela regulamentação do teletrabalho e da uberização do trabalho, a sustentação financeira dos sindicatos, o combate ao machismo e ao racismo estrutural, a resistência às privatizações e a luta contra a reforma administrativa de Bolsonaro.

HOMENAGEM AOS 67 ANOS DA PETROBRAS

Ao final, o presidente da CUT-RS lembrou os 15 anos do assassinato covarde pela Brigada Militar do diretor do Sindicato dos Sapateiros de Igrejinha, Jair Antônio da Costa, durante um ato contra o desemprego, realizado no dia 30 de setembro de 2005, no viaduto Presidente Kennedy, na RS 239, em Sapiranga. Até hoje ninguém foi punido.

Foi feita também uma homenagem à Petrobrás, que no sábado (03/10) completou 67 anos sob ameaça de privatização. O presidente da CUT destacou a luta dos petroleiros contra a venda das refinarias e em defesa da empresa, que é símbolo do patrimônio público do Brasil.

Assessoria de Comunicação

C/Informações da CUT-RS

05/10/2020 18:20:58