Depois de atacar trabalhadores, Bolsonaro parte para cima dos aposentados

A semana começou com uma notícia desalentadora. O governo estuda congelar por dois anos os benefícios previdenciários, como aposentadorias, pensões, salário-maternidade, auxílio-doença, salário-família. Se  esta regra for aprovada, os benefícios de 23,7 milhões de trabalhadores, que recebem um salário mínimo por mês de aposentadorias e pensões, podem ficar menores que o atual valor mínimo vigente de R$ 1.045,00, alerta o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), para quem a medida seria “o maior roubo a história brasileira contra os trabalhadores”.

A proposta do governo é tirar dos  beneficiários que recebem uma aposentadoria média baixa, de R$ 1.349.86, e passar para quem está na extrema pobreza e recebe o Renda Brasil. Enquanto isso, apresenta uma proposta de reforma administrativa que preserva políticos, juízes, promotores e militares, cujos salários passam dos 35 mil.

Incapaz de mexer nos privilégios de empresários, nos altos salários do Estado ou taxar as grandes fortunas, a quem atende com suas políticas, Bolsonaro retira de quem já tem muito pouco – trabalhadores assalariados e aposentados – para dar a quem vive na miséria. Para o DIEESE, uma política que não resolve o problema de distribuição de renda nem o da extrema pobreza.

É importante lembrar que Bolsonaro acabou com a Política de Valorização do Salário Mínimo, o que fez com que o salário mínimo hoje, que vinha tendo reajustes acima da inflação até 2016, retrocedesse. Tanto que o valor do salário mínimo para 2021 já anunciado pelo governo terá o mesmo valor de compra do de 2014.

E não é só isso. O governo quer desvincular o salário mínimo do reajuste de aposentadorias e pensões. E é isso que vai possibilitar o congelamento das aposentadorias e pensões por dois anos, se a proposta for aprovada por deputados e senadores.

Números que desconsideram a sobrevivência de milhões de brasileiros

Os técnicos do governo tratam a sobrevivência dos aposentados e pensionistas como apenas números. Dizem que apenas com o congelamento dos benefícios previdenciários, o governo economizará R$ 58,5 bilhões nos dois anos. Não importa que os aposentados e pensionistas que terão seus benefícios reduzidos morram de fome ou não possam mais comprar seus remédios.

A lógica é simples. Bolsonaro acredita que com o Renda família poderá se reeleger.. Então tira dos aposentados e pensionistas para garantir sua reeleição e 2022.

É preciso reagir

A proposta ainda está em discussão na Casa Civil e no Ministério da Cidadania que ainda estão tratando o tema. Mas uma coisa já está clara para o DIEESE. Se trata de uma proposta meramente eleitoral, populista sem qualquer preocupação com os indicadores de pobreza e desigualdade que o Brasil apresenta e que cresce rapidamente.

Assessoria de Comunicação

C/Informações da CUT

16/09/2020 12:06:43